♦ Cadeira de número 1 ♦
♦ Raul de Leoni ♦
1895 -1926
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RAUL DE LEONI em forma fixa variada.
Ora versos decassilábicos ora alexandrinos, mas reparem que Raul de Leoni era profundamente espiritualizado, pois penetrava no âmago das almas e das previsões humanas. Tão jovem e carregado de "nausée" profunda, jamais errava em suas afirmações. Especialista em falar das Almas." Almas Desoladoramente Frias...", título de um dos seus sonetos, "Canção de Todos", onde afirma que possuimos sempre duas almas:
Leiam:
Ora versos decassilábicos ora alexandrinos, mas reparem que Raul de Leoni era profundamente espiritualizado, pois penetrava no âmago das almas e das previsões humanas. Tão jovem e carregado de "nausée" profunda, jamais errava em suas afirmações. Especialista em falar das Almas." Almas Desoladoramente Frias...", título de um dos seus sonetos, "Canção de Todos", onde afirma que possuimos sempre duas almas:
Leiam:
"...uma , no fundo do Ser,
Outra, boiando nos lábios !
Uma, para os circunstantes,
solta nas palavras nuas
que inutilmente preferes,
entre sorrisos e acenos:
a alma volúvel das ruas,
que a gente mostra aos passantes.
Larga nas mãos das mulheres,
agita nos torvelinhos,
distribui pelos caminhos
e gasta sem mais nem menos,
nas estradas erradias,
pelas horas, pelos dias...
Alma anônima e usual,
longe do Bem e do Mal
que não é má nem boa,
mas, simplesmente ilusória,
ágil, sutil, diluida.
Moeda falsa da Vida
que vale só porque soa,
que compra os homens e a glória
e a vaidade que reboa:
alma que se enche e transborda,
que não tem porque nem quando
que não pensa e não recorda,
não ama, não crê, não sente.
Mas vai vivendo e passando
no turbilhão da torrente,
através intricadas teias
sem prazeres e sem mágoas,
fugitiva como as águas,
ingrata como as areias.
Outra, boiando nos lábios !
Uma, para os circunstantes,
solta nas palavras nuas
que inutilmente preferes,
entre sorrisos e acenos:
a alma volúvel das ruas,
que a gente mostra aos passantes.
Larga nas mãos das mulheres,
agita nos torvelinhos,
distribui pelos caminhos
e gasta sem mais nem menos,
nas estradas erradias,
pelas horas, pelos dias...
Alma anônima e usual,
longe do Bem e do Mal
que não é má nem boa,
mas, simplesmente ilusória,
ágil, sutil, diluida.
Moeda falsa da Vida
que vale só porque soa,
que compra os homens e a glória
e a vaidade que reboa:
alma que se enche e transborda,
que não tem porque nem quando
que não pensa e não recorda,
não ama, não crê, não sente.
Mas vai vivendo e passando
no turbilhão da torrente,
através intricadas teias
sem prazeres e sem mágoas,
fugitiva como as águas,
ingrata como as areias.
Trata-se de um poema muito longo com talvez o triplo do tamanho já escrito acima, mas continuo ressaltando que Raul de Leoni era um profundo conhecedor da alma humana e sua majestosa obra "LUZ MEDITERRÂNEA" e única, é sem sombra de dúvidas, plena de verdades, pautadas em filosofia pura. Seu soneto "ARGILA" eu o transcreverei em breve e saibam que jamais conseguirão encontrar nada igual , ao falar do amor a dois.
Morreu jovem, aos 32 anos com a doença do século de então, a tuberculose, que também levou Casimiro de Abreu, Augusto dos Anjos e muitos outros poetas da época.
- Messody Benoliel
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♦ Cadeira
de número 2 ♦
♦ Álvares de Azevedo ♦
1831-1852
♦ Álvares de Azevedo ♦
1831-1852
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Álvares de Azevedo foi poeta,
escritor e contista, da segunda geração
romântica brasileira. Suas poesias retratam o seu mundo interior. É
conhecido como "o poeta da dúvida". Faz parte dos poetas que deixaram
em segundo plano, os temas nacionalistas e indianistas, usados na
primeira geração romântica.
Seus poemas falam constantemente do tédio da vida, das frustrações
amorosas e do sentimento de morte. A figura da mulher aparece em seus
versos, ora como um anjo, ora como um ser fatal, mas sempre
inacessível. Deixa transparecer em seus textos, a marca de uma
adolescência conflitante e dilacerada, representando a experiência mais
dramática do Romantismo brasileiro. De todos os poetas de sua geração,
é o que mais reflete a influência do poeta inglês Byron, criador de
personagens sonhadores e aventureiros. Em alguns poemas, Álvares de
Azevedo surpreende o leitor, pois além de poeta triste e sofredor, mostra
-se irônico e com um grande senso de humor, como no trecho do poema
"Lagartixa":
"A lagartixa ao sol ardente vive,
E fazendo verão o corpo espicha:
O clarão de teus olhos me dá vida,
Tu és o sol e eu sou a lagartixa".
romântica brasileira. Suas poesias retratam o seu mundo interior. É
conhecido como "o poeta da dúvida". Faz parte dos poetas que deixaram
em segundo plano, os temas nacionalistas e indianistas, usados na
primeira geração romântica.
Seus poemas falam constantemente do tédio da vida, das frustrações
amorosas e do sentimento de morte. A figura da mulher aparece em seus
versos, ora como um anjo, ora como um ser fatal, mas sempre
inacessível. Deixa transparecer em seus textos, a marca de uma
adolescência conflitante e dilacerada, representando a experiência mais
dramática do Romantismo brasileiro. De todos os poetas de sua geração,
é o que mais reflete a influência do poeta inglês Byron, criador de
personagens sonhadores e aventureiros. Em alguns poemas, Álvares de
Azevedo surpreende o leitor, pois além de poeta triste e sofredor, mostra
-se irônico e com um grande senso de humor, como no trecho do poema
"Lagartixa":
"A lagartixa ao sol ardente vive,
E fazendo verão o corpo espicha:
O clarão de teus olhos me dá vida,
Tu és o sol e eu sou a lagartixa".
O poeta encara a morte como solução de sua
crise e de suas dores,
como expressou no seu famoso poema "Se eu morresse amanhã":
"Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!".
como expressou no seu famoso poema "Se eu morresse amanhã":
"Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!".
Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu em
São Paulo no dia 12 de
setembro. Filho do Doutor Inácio Manuel Alvares de Azevedo e Dona
Luísa Azevedo, foi um filho dedicado a sua mãe e a sua irmã. Aos dois
anos de idade, junto com sua família, muda-se para o Rio de Janeiro. Em
1836 morre seu irmão mais novo, fato que o deixou bastante abalado. Foi
aluno brilhante, estudou no colégio do professor Stoll, onde era
constantemente elogiado. Em 1945 ingressou no Colégio Pedro II. Em
1848, Álvares de Azevedo volta para São Paulo, ingressa na Faculdade
de Direito do Largo de São Francisco, onde passa a conviver com vários
escritores românticos. Nessa época fundou a revista da Sociedade
Ensaio Filosófico Paulistano; traduziu a obra Parisina, de Byron e o
quinto ato de Otelo, de Shakespeare, entre outros trabalhos. Vivia em
meio a livros da faculdade e dedicado a escrever suas poesias. Toda sua
obra poética foi escrita durante os quatro anos que cursou a faculdade.
O sentimento de solidão e tristeza, refletidos em seus poemas, era de
fato a saudade da família, que ficara no Rio de Janeiro.
setembro. Filho do Doutor Inácio Manuel Alvares de Azevedo e Dona
Luísa Azevedo, foi um filho dedicado a sua mãe e a sua irmã. Aos dois
anos de idade, junto com sua família, muda-se para o Rio de Janeiro. Em
1836 morre seu irmão mais novo, fato que o deixou bastante abalado. Foi
aluno brilhante, estudou no colégio do professor Stoll, onde era
constantemente elogiado. Em 1945 ingressou no Colégio Pedro II. Em
1848, Álvares de Azevedo volta para São Paulo, ingressa na Faculdade
de Direito do Largo de São Francisco, onde passa a conviver com vários
escritores românticos. Nessa época fundou a revista da Sociedade
Ensaio Filosófico Paulistano; traduziu a obra Parisina, de Byron e o
quinto ato de Otelo, de Shakespeare, entre outros trabalhos. Vivia em
meio a livros da faculdade e dedicado a escrever suas poesias. Toda sua
obra poética foi escrita durante os quatro anos que cursou a faculdade.
O sentimento de solidão e tristeza, refletidos em seus poemas, era de
fato a saudade da família, que ficara no Rio de Janeiro.
Álvares de Azevedo doente, abandona a
faculdade. Vitimado por uma
tuberculose e sofrendo com um tumor, é operado mas não resiste. Morre
no dia 25 de abril de 1852, com apenas 21 anos. Sua poesia "Se Eu
Morresse Amanhã!", escrita alguns dias antes de sua morte, foi lida, no
dia de seu enterro, pelo escritor Joaquim Manuel de Macedo.
tuberculose e sofrendo com um tumor, é operado mas não resiste. Morre
no dia 25 de abril de 1852, com apenas 21 anos. Sua poesia "Se Eu
Morresse Amanhã!", escrita alguns dias antes de sua morte, foi lida, no
dia de seu enterro, pelo escritor Joaquim Manuel de Macedo.
O livro "Lira dos
Vinte Anos", foi a única obra preparada pelo poeta.
Devido a sua morte prematura, todos os trabalhos de Álvares de
Azevedo foram publicados postumamente.
Devido a sua morte prematura, todos os trabalhos de Álvares de
Azevedo foram publicados postumamente.
- Lira dos Vinte Anos (1853, antologia poética);
- Macário (1855, peça de teatro);
- Noite na Taverna (1855, contos);
- O Conde Lopo (1886, poema épico que resta
apenas em fragmentos
hoje);
hoje);
O poeta também escreveu
muitas cartas e ensaios e traduziu para o
português o poema Parisina, de Lorde Byron, e o quinto ato de Otelo,
de William Shakespeare.
♦ ♦ ♦
- Marcia Barroca
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português o poema Parisina, de Lorde Byron, e o quinto ato de Otelo,
de William Shakespeare.
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- Marcia Barroca
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