✍ PATRONOS





♦  Cadeira de número 1 

♦  Raul de Leoni   
1895 -1926 





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                                RAUL DE LEONI  em  forma fixa variada.

Ora versos decassilábicos ora alexandrinos, mas reparem que Raul de Leoni era profundamente espiritualizado, pois penetrava no âmago das almas e das previsões humanas. Tão jovem e carregado de "nausée" profunda, jamais errava em  suas afirmações. Especialista em falar das Almas." Almas Desoladoramente Frias...", título de um dos seus sonetos, "Canção de Todos", onde afirma que  possuimos  sempre duas almas:  
Leiam:
"...uma , no fundo do Ser,
Outra, boiando nos lábios !
Uma, para os circunstantes,
solta nas palavras nuas
que inutilmente preferes,
entre sorrisos e acenos:
a alma volúvel das ruas,
que a gente mostra aos passantes.
Larga nas mãos das mulheres,
agita nos torvelinhos,
distribui pelos caminhos
e gasta sem mais nem menos,
nas estradas erradias,
pelas horas, pelos dias...
Alma anônima e usual,
longe do Bem e do Mal
que não é má nem boa,
mas, simplesmente ilusória,
ágil, sutil, diluida.
Moeda falsa da Vida
que vale só porque soa,
que compra os homens e a glória
e a vaidade que reboa:
alma que se enche e transborda,
que não tem porque nem quando
que não pensa e não recorda,
não ama, não crê, não sente.
Mas vai vivendo e passando
no turbilhão da torrente,
através intricadas teias
sem prazeres e sem mágoas,
fugitiva como as águas,
ingrata como as areias.

Trata-se de um poema muito longo com talvez o triplo do tamanho já escrito acima, mas continuo ressaltando que Raul de Leoni  era um profundo conhecedor da alma humana e sua majestosa obra "LUZ MEDITERRÂNEA"  e única, é sem sombra de dúvidas, plena de verdades, pautadas  em filosofia pura. Seu soneto "ARGILA" eu o transcreverei em breve e saibam que jamais conseguirão encontrar nada igual , ao falar do amor  a dois.
 Morreu jovem, aos 32 anos com a doença do século de então, a tuberculose, que também  levou Casimiro de Abreu, Augusto dos Anjos e muitos outros poetas da  época.


                                                                       -  Messody Benoliel
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  Cadeira de número 2

Álvares de Azevedo

1831-1852




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Álvares de Azevedo foi poeta, escritor e contista, da segunda geração

romântica brasileira. Suas poesias retratam o seu mundo interior. É

conhecido como "o poeta da dúvida". Faz parte dos poetas que deixaram

em segundo plano, os temas nacionalistas e indianistas, usados na

primeira geração romântica.

Seus poemas falam constantemente do tédio da vida, das frustrações

amorosas e do sentimento de morte. A figura da mulher aparece em seus

versos, ora como um anjo, ora como um ser fatal, mas sempre

inacessível. Deixa transparecer em seus textos, a marca de uma

adolescência conflitante e dilacerada, representando a experiência mais

dramática do Romantismo brasileiro. De todos os poetas de sua geração,

é o que mais reflete a influência do poeta inglês Byron, criador de

personagens sonhadores e aventureiros. Em alguns poemas, Álvares de

Azevedo surpreende o leitor, pois além de poeta triste e sofredor, mostra

-se irônico e com um grande senso de humor, como no trecho do poema



                                                       "Lagartixa":


                                 "A lagartixa ao sol ardente vive,

                                 E fazendo verão o corpo espicha:

                                O clarão de teus olhos me dá vida,

                                  Tu és o sol e eu sou a lagartixa".
 
 O poeta encara a morte como solução de sua crise e de suas dores,

como expressou no seu famoso poema "Se eu morresse amanhã":


"Se eu morresse amanhã, viria ao menos

Fechar meus olhos minha triste irmã;

 Minha mãe de saudades morreria

Se eu morresse amanhã!".

 Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu em São Paulo no dia 12 de

setembro. Filho do Doutor Inácio Manuel Alvares de Azevedo e Dona

Luísa Azevedo, foi um filho dedicado a sua mãe e a sua irmã. Aos dois

anos de idade, junto com sua família, muda-se para o Rio de Janeiro. Em

1836 morre seu irmão mais novo, fato que o deixou bastante abalado. Foi

aluno brilhante, estudou no colégio do professor Stoll, onde era

constantemente elogiado. Em 1945 ingressou no Colégio Pedro II.  Em

1848, Álvares de Azevedo volta para São Paulo, ingressa na Faculdade

de Direito do Largo de São Francisco, onde passa a conviver com vários

escritores românticos. Nessa época fundou a revista da Sociedade

Ensaio Filosófico Paulistano; traduziu a obra Parisina, de Byron e o

quinto ato de Otelo, de Shakespeare, entre outros trabalhos. Vivia em

meio a livros da faculdade e dedicado a escrever suas poesias. Toda sua

obra poética foi escrita durante os quatro anos que cursou a faculdade.

O sentimento de solidão e tristeza, refletidos em seus poemas, era de

fato a saudade da família, que ficara no Rio de Janeiro.


Álvares de Azevedo doente, abandona a faculdade. Vitimado por uma

tuberculose e sofrendo com um tumor, é operado mas não resiste. Morre

no dia 25 de abril de 1852, com apenas 21 anos. Sua poesia "Se Eu

Morresse Amanhã!", escrita alguns dias antes de sua morte, foi lida, no

dia de seu enterro, pelo escritor Joaquim Manuel de Macedo.

O livro "Lira dos Vinte Anos", foi a única obra preparada pelo poeta.

Devido a sua morte prematura, todos os trabalhos de Álvares de

Azevedo foram publicados postumamente.

 - Lira dos Vinte Anos (1853, antologia poética);

 - Macário (1855, peça de teatro);

 - Noite na Taverna (1855, contos);

 - O Conde Lopo (1886, poema épico que resta apenas em fragmentos

hoje);
O poeta também escreveu muitas cartas e ensaios e traduziu para o

português o poema Parisina, de Lorde Byron, e o quinto ato de Otelo,

de William Shakespeare.





                                                                           ♦        

                                                                 
                                                           
                                                              - Marcia Barroca

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