Bárbara Gracie
Cadeira de número 10 - Mario Quintana
Poeta e atriz, jovem, sem dinheiro, sem saber como vai ser o futuro, desligada, atolada, podia estar roubando, matando, mas se contenta em estudar teatro no Tablado e Laura Alvim. Está nessa vida desde que se entende por gente e escreve por gostar de sofrer. Estaria completamente perdida se não fosse pelos amigos (em especial os deste coletivo) e vive em observação por vir de uma família de um bando de maluco que não faz outra coisa além de jiu-jitsu. Segundo o pai ator e a mãe editora de artes plásticas, não tem salvação. Infelizmente estará envolvida com artes o resto da vida, pois sem essa droga ela estaria no manicômio trancada por tentativa de suicídio, local que para muitos é o seu lugar por ser um risco à sociedade.
Foi um sem começo e sem fim
apenas aconteceu
um período gravado na eternidade
um café
umas letras
um sorriso de Botafogo
um encontro
mensal
banal
onde fluiu para as portas a fora
nômades literários
vestes parecidas
cabalísticas
saem do armário
apenas um dia por mês
um dia talvez especial
talvez apenas fluido
combinado casualmente
seguido arduamente
no dia cabalístico
dos nômades literários
encontro abençoado
patrocinado
por patronos descarnados
gênios literários
guiando os passos
desse quase descaso
encontro poético
para onde irão
o que serão
não podemos concluir
não tem começo nem fim
os passos
dos nômades literários
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